Abril, quarto mês do ano e quarto desafio que lançamos para desenvolveres a tua Inteligência Emocional!
Recordamos os últimos três desafios do ano:
- Janeiro: Autoconsciência (consultar aqui)
- Fevereiro: Autoestima (consultar aqui)
- Março: Exercício Físico (consultar aqui)
Este mês o desafio vai incidir sobre a Resiliência!
Este conceito tem muitas definições, mas é frequentemente definido como uma adaptação positiva a situações adversas. É o processo de nos adaptarmos e recuperarmos de adversidades, tragédias, ameaças ou situações de stress. Uma pessoa resiliente não é alguém que não experiencia dificuldades ou stress. Pelo contrário, tem que existir dificuldades ou stress para que haja resiliência.
Embora os nossos genes influenciem a forma como interpretamos as situações e como agimos no dia-a-dia, a resiliência não é um traço fixo, mas uma competência que também podemos desenvolver. Hunter (1999) conceptualiza a inteligência como um continuum com dois extremos: o pólo menos positivo e o pólo mais positivo. No pólo menos positivo, temos comportamentos de elevado risco, violência e evitamento. No pólo mais positivo, temos comportamentos mais adaptados, mais assertivos e uma perspetiva mais positiva sobre o resultado.
Para desenvolvermos a nossa resiliência, é necessário adaptar comportamentos que estão mais próximos do pólo mais positivo. E como é que podemos fazer isso? Existem várias formas de treinar a nossa resiliência, sendo que uma delas é mudar a nossa perceção em relação ao evento que nos está a fazer experienciar stress. Quando um evento surge, existe um processo cognitivo que processa a informação sobre o evento e o que ele representa para nós. Esse processo cognitivo faz-nos “contar uma história” sobre a situação e nós temos uma reação emocional e comportamental. Existem logicamente situações que colocam a nossa sobrevivência em risco, que reagimos automaticamente, antes de iniciar este processo cognitivo. No entanto, estamos sempre a contar histórias sobre aquilo que nos acontece. Então, uma das formas de aumentarmos a nossa resiliência é começarmos a contar melhores histórias. De preferência, histórias que tenham uma perspetiva mais positiva.
Barbara Fredrickson, professora de Psicologia da Universidade da Carolina do Norte, nos EUA, propôs que as emoções positivas, geradas pelas nossas perceções e expetativas, aumentam e diversificam os pensamentos de um indivíduo, de forma a que este consiga construir recursos pessoais duradouros. Na sua investigação, Fredrickson também verificou que um afeto positivo ajuda a reduzir os efeitos do stress, ajudando ainda a recuperar mais rapidamente de estímulos stressantes, como por exemplo, fazendo com que os níveis do ritmo cardíaco e da pressão sanguínea, voltem aos valores normais mais rapidamente (Fredrickson, 1998).
Vamos olhar para dois exemplos de situações que poderíamos mudar a nossa perceção para uma mais positiva. Por exemplo, se no meu local de trabalho derem-me algo para fazer que sinto que exceda as minhas capacidades, em vez de pensar “Estão a sobrecarregar-me, não tenho capacidade para isto, não tenho tempo, estão de propósito”, posso pensar “Vou aproveitar para aprender, aumentar as minhas competências e poder crescer mais rapidamente na empresa e ser promovido”. Pegando agora num exemplo familiar, se o meu parceiro discutir comigo sobre uma situação, em vez de tentar ter razão e pensar que ele é teimoso, tentar enquadrar a situação como uma oportunidade de perceber melhor o que ele quer, mostrar porque é que eu vejo de outra forma e arranjar um consenso para fortalecer a relação. Em ambas as situações, contamos histórias diferentes, mas há histórias que nos ajudam mais do que outras na nossa resiliência.
Para o desafio deste mês, cada vez que um evento te fizer sentir mais stress, reflete nos seguintes pontos:
- Que história estou a contar sobre esta situação?
- Que outra história posso contar que me ajude a dar mais recursos e a ultrapassá-la mais facilmente?
paulo