Ano novo, desafios novos!
Em 2017 iniciámos os nossos desafios mensais, para que quem nos acompanha pudesse treinar a sua Inteligência Emocional. Uma das dificuldades em desenvolver as nossas competências socioemocionais, é a falta de foco no que treinar e quando treinar.
Desta forma, podemos nos focar numa competência chave em cada mês, e com isso, aumentar a nossa Inteligência Emocional.
Para o primeiro desafio de 2019, vamos treinar a nossa Autoconsciência. A autoconsciência representa a capacidade de nos tornarmos o objeto da nossa própria atenção. É a pedra pilar da Inteligência Emocional, portanto é a primeira competência que devemos treinar.
O sociólogo George Mead (1934), propôs uma distinção clássica entre focar a atenção para fora do ambiente (consciência) e focar a atenção para dentro (autoconsciência). Podemos ser conscientes, mas faltar-nos autoconsciência.
Como diz o provérbio Africano: “Se não existir um inimigo interior, o inimigo exterior não nos consegue fazer mal”. Se nos conhecermos bem, se entendermos as nossas reações emocionais, os nossos gatilhos, o que nos move, como fazer para aumentar as nossas emoções positivas e regular as nossas emoções negativas (ou mesmo intensificá-las, se for necessário), conseguimos ter uma resposta muito mais ativa sobre o meio que nos envolve, não sendo tão afetados pelo mesmo.
A nossa capacidade de refletir sobre nós próprios facilita a navegação no meio social. Uma das vantagens de trabalhar a nossa autoconsciência, liga-se a uma melhoria na nossa autorregulação. Porque para aplicar estratégias de regulação emocional eficazmente, precisamos de estar conscientes que aspetos precisam ser modificados.
No nosso local de trabalho, a autoconsciência é também de extrema importância. Os psicólogos organizacionais Cary Cherniss e Robert Caplan revelaram que o ensino de competências de consciência emocional a consultores financeiros da American Express Financial Advisors, que aprenderam a identificar as suas próprias reações emocionais em situações de desafio e a ficarem mais conscientes das conversas interiores improdutivas, que originavam insegurança e vergonha, resultou num aumento de receitas por consultor. Essa consciência emocional permitiu-lhes usar estratégias para lidar com os problemas e, puderam assim, ser mais eficazes no trabalho, gerando mais rendimentos para si próprios e, presumivelmente, aconselhando melhor os clientes (Chermiss & Goleman, 2001).
Uma das formas de treinarmos a nossa autoconsciência, é monitorizarmos o nosso discurso interior. Para o desafio deste mês, presta atenção a como respondes aos teus sucessos e aos teus fracassos: costumas atribuir apenas o fator sorte aos teus sucesso e criticas-te pelos teus fracassos? O tipo de discurso interior que temos, tende a retornar em forma de feedback, alimentando esse próprio discurso. Fica atento/a e monitoriza o teu discurso.
Referências bibliográficas
Chermiss, C. & Goleman, D., 2001. The Emotionally Intelligent Workplace: How to Select For, Measure, and Improve Emotional Intelligence in Individuals, Groups, and Organizations. s.l.: Jossey-Bass.