A Inteligência Emocional trabalha directamente o nosso cérebro emocional, que influencia os nossos pensamentos, influenciando o nosso comportamento, as nossas acções e consequentemente os nossos resultados. Com isto queremos indicar que trabalhando a nossa Inteligência Emocional, melhoramos todas as áreas da nossa vida.
Vantagens no Recrutamento
Num artigo do Jornal i datado de 25/07/2012, tal como surge logo na manchete “Empresas. Inteligência emocional é a nova ordem no recrutamento”, é abordada a importância da inteligência emocional no recrutamento. A Microsoft que é uma das organizações mais admiradas no mundo e opera em Portugal há quase 30 anos revelou ao Jornal “i” como seleciona os seus candidatos e as aptidões que devem ter para trabalhar numa multinacional. Patrícia Fernandes, Diretora de Relações Públicas da Microsoft Portugal refere que embora não exista um perfil ideal, existe um conjunto de características de base no que diz respeito à capacidade de evolução, adaptação à mudança e resiliência que são a base de todos os perfis e que são menos voláteis quanto a ficar desactualizados. Diz ainda que a Microsoft valoriza a experiência e referências demonstradas, mas também elege como factores distintivos as competências sociais dos seus candidatos, sobretudo ao nível da inteligência emocional.
Nesse mesmo artigo, Maria João Quelhas, consultora da Michael Page diz ainda que:
“As competências pessoais são cada vez mais importantes: a capacidade de conseguir empatia, o espírito de sacrifício e de iniciativa e a pro-actividade são fundamentais para conseguir integrar um novo projeto.”
Vantagens nas Equipas
Quando os colaboradores e líderes individualmente aumentam a sua inteligência emocional, o grupo de pessoas que trabalha como equipa ganha uma inteligência emocional colectiva. A inteligência emocional colectiva (ou de equipa) é o estilo do grupo em relacionar-se uns com os outros, fazer decisões e responder a outros grupos na organização. Este conceito foi introduzido inicialmente na Harvard Business Review. Os membros de equipas emocionalmente inteligentes respondem construtivamente a situações desconfortáveis, influenciam-se uns aos outros de forma positiva, atingem melhores resultados e experienciam maior satisfação em trabalhar uns com os outros. A gestão emocional da equipa é a capacidade que os membros da equipa têm em utilizar a sua consciência olhando para as emoções do grupo como um todo de forma a serem flexíveis e assertivos numa direcção positiva. As equipas que se conseguem gerir desta forma são muito mais produtivas que aquelas que não conseguem.
Neil M. Ashkanasy, “The Case for Emotional Intelligence in Workgroups,” symposium presentation at the annual conference of the Society for Industrial and Organizational Psychology, San Diego, Calif., April 11, 2001.
Vantagens nos Relacionamentos Profissionais
Travis Bradberry é um escritor, especialista e referência mundial em inteligência emocional. Ele conduz inúmeros estudos que visam analisar o impacto desta competência na nossa vida pessoal e profissional. No seu livro “Emotional Intelligence Quickbook”, indica que mais de 70% das pessoas que testaram mostraram ter dificuldade em gerir o stress e gerir situações mais desafiantes no local de trabalho. Estas pessoas ou evitam passivamente os problemas fazendo-os prolongar ou confrontam os problemas tão agressivamente que estes aumentam de proporção de forma desastrosa.
Travis diz também que apenas 15% dos trabalhadores inquiridos é que se sentem respeitados e valorizados pelo seu empregador. Quatro em cada cinco colaboradores diz ainda que era provável que deixassem o seu emprego se lhes fosse oferecido uma posição com uma remuneração semelhante ao que têm atualmente.
Os colaboradores querem mais do que um ordenado ao fim do mês. Querem ser reconhecidos pelo seu trabalho e valorizados pelos seus esforços. Se as empresas e os seus líderes apostarem no desenvolvimento da sua própria inteligência emocional, todos vão beneficiar.
Vantagens Na Gestão Do Stress
Num artigo da Revista Human Resources a 30/03/2015 sobre o stress, é mencionado um estudo elaborado pela MetLife Employee Benefits que revela que quase 40% das pessoas que abandonaram o emprego no último ano, fizeram-no devido ao stress no trabalho. De acordo com esta pesquisa, 47% dos funcionários inquiridos consideraram o seu trabalho stressante num dia normal. Quase metade (48%) dos profissionais também sentiram o nível de stress aumentar no último ano. Esta investigação, que contou com a participação de mais de mil trabalhadores a tempo inteiro, mostra que 49% dos inquiridos apontam as falhas dos colegas no desempenho das suas tarefas como a principal causa para o aumento do stress no trabalho. A pressão para aumentar as vendas e as metas de desempenho e a falta de pessoal são também citadas, por 45% dos funcionários, como principais motivos de stress.
Alguns estudos mostram uma ligação importante entre a inteligência emocional e a susceptibilidade de contrair doenças. O stress, ansiedade e depressão suprimem o sistema imunitário, criando uma vulnerabilidade às doenças, desde da constipação até ao próprio cancro. No entanto a força do nosso sistema imunitário está ligado ao nosso estado emocional via neuropeptídeos, que são químicos complexos que agem como mensageiros entre o corpo e a mente.
Shankar Vedantam, “Stress Found to Weaken Resistance to Illness,” The Washington Post, 22 Dezembro 2003.
Vantagens no Aumento da Produtividade
Os psicólogos organizacionais Dr. Cary Cherniss e Dr. Robert Caplan revelaram que o ensino de competências de consciência emocional a consultores financeiros da American Express Financial Advisors resultou num aumento das receitas por consultor.
Os consultores dessa empresa aprenderam a identificar as suas próprias reações emocionais em situações de desafio e ficaram mais conscientes das conversas interiores improdutivas que originavam insegurança e vergonha. Essa consciência emocional permitiu-lhes utilizar estratégias para lidar com os problemas e eles puderam assim ser mais eficazes no trabalho, gerando mais rendimentos para eles próprios e, presumivelmente, aconselhando melhor os clientes.
Cary Cherniss e Daniel Goleman, The Emotionally Intelligent Workplace: How to Select for, Measure, and Improve Emotional Intelligence in Individuals, Groups, and Organizations (Hoboken, NJ:Jossey-Bass,2001).
Vantagens na Liderança
Num estudo massivo, 150 cientistas sociais examinaram a relação entre a cultura organizacional e a liderança organizacional. Estudaram 61 culturas representativas das maiores regiões do mundo. Os resultados iniciais do estudo foi que a inteligência emocional transcende cultura, nações e política. Os líderes eficazes têm maior QE do que os líderes médios ou fracos. Num estudo específico, as competências emocionais representavam 48% do que diferenciava os líderes de grande performance dos líderes de fraca performance. Noutras palavras, quase metade das competências necessárias para um bom líder são emocionais e sociais. Neste estudo em concreto, estas foram as competências responsáveis pelo sucesso: autoconfiança, relações interpessoais e optimismo.
The GLOBE Project (Stein and Book, The EQ Edge).
Vantagens na Escola
Keefer, Parker e Wood (2012), recorrendo a uma amostra de 1015 estudantes descobriram que o motivo dos alunos que não se graduaram após 6 anos de darem entrada no curso, deveu-se a uma baixa inteligência emocional nos domínios das relações interpessoais e da gestão do stress. Parker e os seus colegas (Parker, Hogan, Eastabrook, Oke, & Wood, 2005), utilizando amostras combinadas descobriram que os estudantes que não abandonaram o curso do primeiro para o segundo ano, tinham uma inteligência emocional mais desenvolvida que aqueles que abandonaram o curso.
Vantagens nos Relacionamentos Pessoais
Nós somos seres sociais, foi assim que evoluímos desde nos nossos antepassados caçadores-recolectores até os dias de hoje. Não somos nenhuma ilha, vivemos rodeado de pessoas, amigos, familiares, parceiros amorosos, e devemos fomentar essas relações. Não só pelo óbvio facto que precisamos de relações para comunicar e conseguir alcançar aquilo que queremos, mas também porque a qualidade dos nossos relacionamentos está diretamente relacionada à nossa felicidade e também à nossa saúde. Não trabalharmos os nossos relacionamentos levam-nos à solidão, ao isolamento social e isso tem consequências desastrosas. Estudos feitos por mais de duas décadas envolvendo mais de 37.000 mostraram que a isolação social, aquele sentimento que não temos ninguém com que possamos desabafar e partilhar os nossos sentimentos, duplicava a hipótese de doença ou morte.
Medical risk of social isolation: James House et al., “Social Relationships and Health,” ScienceS July 29,1988).