Nem toda a pressão que sentimos no dia-a-dia precisa de transformar-se em stress. Não é o que acontece connosco que nos afeta, mas sim o que fazemos com o que acontece connosco. E existem algumas coisas que podemos fazer para que a pressão não se transforme sempre em stress.
Um artigo da Harvard Business Review (HBR) menciona algumas técnicas/rotinas para que a pressão/ansiedade não se torne em stress e que decidimos traduzir e adaptar.
O ponto essencial é entender que o stress não é causado pelas outras pessoas ou por eventos externos, mas sim pela forma como NÓS reagimos a esses fatores (é por essa razão que para certas pessoas, gerir prazos, chefes e colegas de trabalho é stressante e para outras pessoas não).
Pressão não é stress. Mas pode tornar-se em stress se adicionarmos um ingrediente: a ruminação, isto é, a tendência de estarmos constantemente a pensar no passado e nos futuros acontecimentos, adicionando carga negativa a esses pensamentos.
Vamos ver 4 passos/técnicas recomendados para conseguirmos trabalhar a pressão que sentimos.
- Acorde/Esteja Conectado: A maioria das pessoas está diariamente em “piloto automático” (por exemplo: fazer um percurso de carro e não se lembrar de o ter feito). Este modo de “piloto automático” dá espaço ao cérebro para entrar em modo de “ruminação”, por isso tem que ser quebrado. Levante-se, mexa-se e faça qualquer movimento que o faça sair desse modo e conecte-se com os seus sentidos, tome atenção ao que vê, ao que cheira, prova e sente. O objetivo é (re)conectar-se com o mundo.
- Controle a sua Atenção: Quando se entra em modo de ruminação, a nossa atenção fica retida num loop contraproducente. É necessário focarmo-nos em outras áreas. Desenhe um círculo numa página e escreva dentro do círculo todas as coisas que pode controlar e influenciar e fora do círculo escreva as coisas que não pode controlar nem influenciar. É possível preocuparmo-nos com externalidades sem que elas nos aborreçam ou nos afetem negativamente.
- Perspectivar: As pessoas que ruminam tendem a exagerar, enquanto que as pessoas mais resilientes tendem a colocar as coisas sob perspetiva. Como fazer isso?
– Contrastar (comparar uma situação de grande stress no passado com a situação de stress atual ou comparar um problema no trabalho com uma doença);
– Questione-se: “Será esta situação relevante daqui a 3 anos?”, “O que é que de mau pode acontecer?” e “Como posso ultrapassar isto?”;
– Reajuste-se: “Que oportunidade posso tirar desta situação e que ainda não dei conta?” ou “Qual a parte mais cómica desta situação?”.
- “Let go“: O passo mais difícil. Através destes passos importa entender que gostando ou não da situação, as coisas são o que são. Às vezes, a solução não é relaxar, mas sim fazer algo em relação à situação que nos cria pressão/ansiedade. Perguntem a vocês próprios “Que ação preciso de fazer na minha situação?”.
Tradução adaptada de https://hbr.org/2017/03/pressure-doesnt-have-to-turn-into-stress?utm_campaign=hbr&utm_source=facebook&utm_medium=social